Consultório Técnico de Karaté

1. Breve Apresentação do Karaté
1.1. Uma das Histórias do Karaté (J. Patrão)  
2. Consultadoria e Documentação
2.1. Resumos de Documentos
2.2. Publicações
2.3. Cronologia Budo
2.4. Bubishi  
2.5. Legislação Treinador Karaté
2.6. Revista de Karaté
3. Instituições Oficiais do Karaté
3.1. Federação Mundial de Karaté - WKF
3.2. Federação Europeia de Karaté - EKU
3.3. Federação Nacional de Karaté - FNK-P
3.4. Associação Nacional de Treinadores de Karaté
3.5. Federação Francesa de Karaté
3.6. Federação Espanhola de Karaté
3.7. Federação Inglesa de Karaté
3.8. Federação Alemã de Karaté
3.9. Federação Americana de Karaté
3.10. Federação Japonesa de Karaté
4. Novas Regras de Competição (WKF)
4.1. Regras em Português
4.2. Inglês: Kumite / Kata / Apêndice
4.3. Regras em Espanhol
4.4. Novas Propostas (WKF - T. Morris)
5. Calendário de Actividades
6. Calendário Mundial (WKF)
7. Resultados Competitivos (WKF)
8. Legislação Desportiva (Secretaria Estado)
8.1. Legislação Desportiva (N. Albuquerque)
9. Exploração Biomecânica
 

Este consultório técnico destina-se a todos os treinadores e praticantes de Karaté.
Nele poderão encontrar algumas informações sobre o Ensino e Treino de Karaté, numa perspectiva essencialmente assente na investigação científica baseada num paradigma pós-moderno, ou seja: sem o reducionismo tecnocrático característico do paradigma vigorante.


Última actualização: 09/10/2003


Breve Apresentação do Karaté

   

INTRODUÇÃO
O Karaté é uma arte marcial (desporto de combate) desenvolvida particularmente em Okinawa (Japão) a partir dos sistemas chineses de combate corporal sem armas (inerme), perdendo-se as suas raízes mais profundas em sistemas de luta ancestrais.
O desenvolvimento moderno deste desporto de combate inicia-se na primeira década do século XX com a sua inclusão nos programas oficiais de Educação Física das Escolas de Okinawa. Se a segunda década marca a saída da arte de Okinawa para a ilha principal do Japão (Hondo), as décadas de 20 e 30 marcam a institucionalização mais personalizada dos nomes a dar à arte.
Entre os nomes específicos que os Mestres principais vão dando às suas escolas (Goju por C. Miyagi, Shito por K. Mabuni, Shoto por G. Funakoshi e Wado por H. Ohtsuka, para citar as quatro principais escolas de referência institucional " por Parte da Federação Mundial de Karaté), em 1936 oficializa-se a designação da arte do combate com o termo "karaté".

DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL INTERNACIONAL
A expressão competitiva institucionalizada inter-escolas ("estilos") inicia-se em 1965 com os primeiros campeonatos Japoneses sob égide da Japan Karaté Federation (JKF fundada em 1962).
Em 1966 é fundada a EKU (European Karatédô Union), tendo lugar em Paris os primeiros campeonatos europeus de Karaté. Em 1970, em Tóquio, termina o processo de fundação da WUKO (World Union Of Karatédô Organizations) com a organização dos primeiros campeonatos mundiais de Karaté. Em 1993 a WUKO, num movimento de fusão com a ITKF (International Traditional Karatédô Federation) passa a denominar-se FMK (Federacion Mondial du Karaté), também conhecida por WKF (Worl Karatédô Federation), tendo-se realizado em Outubro de 2000 os 15ºs Campeonatos do Mundo em Munique, o que reflecte uma realização bianual quase ininterrupta desde 1970 dos Mundiais de Karaté.
Nestes últimos mundiais na Alemanha, no âmbito da Assembleia Geral, as regras competitivas foram alteradas. Este movimento, após o reconhecimento da WKF pelo Comité Olímpico Internacional, integra-se no desafio que se coloca presentemente ao Karaté: tornar-se modalidade Olímpica em 2004 (Grécia) ou 2008.

DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL EM PORTUGAL
Após o período CDAM (Comissão Directiva das Artes Marciais), são duas as federações que emergiram na gestão do Karaté nacional: a Federação Portuguesa de Karaté (FPK: 1985-1991) e a Federação Portuguesa de Karaté e Disciplinas Associadas (FPKDA: 1986-1991).
Em finais de 1991 é fundada por aquelas duas federações a Federação Nacional de Karaté - Portugal (FNK-P), decorrendo em 1992/93 os seus primeiros campeonatos nacionais em Cadetes, Júniores e Seniores com apuramento nos regionais.
Desde então o Karaté Português tem procurado desenvolver-se numa nova realidade, sendo o estatuto de utilidade pública desportiva atribuído em 1995 à FNK-P, o que significa o reconhecimento (através do INDESP na altura, depois IND e hoje IDP) da responsabilidade pública da Federação na promoção do Karaté Nacional.

A COMPETIÇÃO INSTITUCIONALIZADA
A competição institucionalizada de Karaté pretende ser um espaço de comparação inter-individual onde se preconiza essencialmente a garantia da segurança dos participantes, sem grandes recursos materiais.

A prova de Kata pode ter duas formas fundamentais de organização:
- individual
- por equipa
O Kata é o nome generalista dado a um exercício tradicional de treino de Karaté constituído por um conjunto ordenado e codificado de acções técnico-tácticas de combate, executadas de forma encadeada sem oposição, permitindo o treino solitário ou em grupo.
Cada Kata tem um nome específico (saifa,  seipai, jion, seienchin, seishan, etc.) e são verdadeiros instrumentos culturais transmitidos no seio das escolas de Karaté.
Na prova de Kata, o competidor tem que demonstrar conhecer o Kata que inicialmente anuncia perante o painel de arbitragem, executando correctamente a sequência dos movimentos na respectiva linha de execução, com demonstração de atitude real de combate, com dinamismo, coordenação e precisão nas várias acções que o constituem. No Kata de equipas, além do anterior, os três executantes têm que fazer o Kata de forma síncrona.
As novas regras assentam no pressuposto de que existem oito Kata estandardizados (na versão da Federação Japonesa de Karaté), como que elementos obrigatórios, e que depois existem versões mais livres.

A prova de Kumite pode ter três formas de organização:
- individual absolutos (sem categorias de peso)
- individual por categorias de peso
- por equipa
Se à primeira categoria está subjacente o combate livre (jogo devidamente regulamentado) com qualquer adversário possível do mesmo sexo, à segunda, com o objectivo de nivelar algumas potencialidades antropométricas, categorizam-se os combates segundo o critério do peso. Na prova de Kumite equipas, os combates decorrem sucessivamente entre cada um dos cinco representantes de cada equipa, o que leva a uma sequência possível de cinco combates para os homens e três para as senhoras. Ganha a equipa que obtiver maior número de vitórias.
A regra fundamental no Kumite é a do controlo absoluto de todos os movimentos já que não se pode ferir deliberadamente o adversário nem ter comportamentos que ponham em risco a própria segurança. Quem não cumpre estes princípios básicos é penalizado.
Os competidores têm que executar os ataques de forma a evidenciarem que com aquela acção técnica ou sequência de acções técnicas, caso não tivessem controlado intencionalmente o impacto final das técnicas executadas, poderiam ter ferido muito gravemente os opositores.
Não se trata, portanto, de avaliar se se bateu com maior ou menor força. Avalia-se que, pelo tempo de entrada escolhido (timming), pela velocidade de execução demonstrada, pelas posturas inter-segmentares assumidas ao longo da acção, pela precisão conseguida no toque em zonas pontuáveis não protegidas pela guarda do adversário, e pela atitude de decisão demonstrada pelo comportamento global do executante naquela acção específica de combate regulamentado, se não houvesse controlo absoluto do impacto, poderíamos ter uma lesão grave no adversário.
Nas propostas de novos regulamentos que entraram em vigor em Outubro de 2000, a lógica da pontuação altera-se num sentido diferente: são mais pontuadas as execuções pontuáveis com maior grau de dificuldade. Surgem três níveis de pontuação: ippon (1 ponto); nihon (2 pontos); sanbon (3 pontos).
Os seis parâmetros de avaliação de técnicas pontuáveis continuam os mesmos: boa forma, atitude desportiva, aplicação vigorosa, distância correcta, oportunidade adequada, zanshin.
A atenção e concentração, a velocidade de execução e a coordenação para movimentos muito precisos são qualidades essenciais num Karateca de competição moderna. Estas qualidades são consolidadas numa formação ética de promoção e respeito pela integridade da vida.

CONCLUSÃO
As regras das provas competitivas, pelo seu reducionismo, não esgotam o Karaté como desporto de combate visto no seu lato sentido. Qualquer regra ou equipamento protector, altera o sentido do conceito a que é subjacente toda a fundamentação do karaté: a luta pela vida sem a utilização de armas.
A maioria dos praticantes de Karaté em Portugal não participa em provas competitivas, quer por opção de prática, quer pela sua especificidade própria que requer um excelente nível de treino especializado, quer pela sua reduzida divulgação a nível nacional, quer ainda pelo fraco desenvolvimento da componente organizacional (a vários níveis), fundamental a um bom enquadramento competitivo.
A competição institucionalizada de Karaté é um espaço que potencializa situações vivencionais que podem ser geridas de forma desenvolvimentista pelos diversos agentes desportivos da modalidade, com claro destaque para os treinadores.
No entanto não é o único caminho possível para uma prática de qualidade do Karaté, o que torna ainda mais polifacetada a gestão da modalidade nos diversos níveis de responsabilidade. É precisamente o sentido de responsabilidade por parte do enquadramento da modalidade, desde o âmbito administrativo mais a cargo dos dirigentes, ao âmbito técnico a cargo dos treinadores, que convém elogiar actualmente no Karaté nacional e mundial.
Assim, além de treinar Karaté, é importante pensar no método de treino mais apropriado do ponto de vista físico, técnico, táctico, psicológico e filosófico-cultural.

Abel A. Figueiredo



Consultadoria e Documentação



Consultadoria em Teoria e Metodologia do Treino de Karaté

Estamos disponíveis para tentar responder profissionalmente em consultadoria nos seguintes factores do Treino:

- Preparação Física (Condicionantes Bioenergéticas)
- Preparação Técnica (Condicionantes Biomecânicas)
- Preparação Táctica (Condicionantes Bioinformacionais)
- Preparação Psicológica (Condicionantes Psicológicas e Sociais)
- Preparação Filosófica (Condicionantes Filosófico-culturais)
- Preparação Teórica (Condicionantes Organizacionais, Legislativas, Administrativas, etc.).

Envie-nos por E-Mail a sua dúvida, procuraremos com especialistas uma resposta ao seu problema.




Documentação Desenvolvida

O Código Ético do Karaté
Numa tradução de Março de 1995, a pedido da FNK-P, o autor apresenta em Português o Código Ético do Karaté emitido pela WKF.
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As Graduações no Karaté Nacional
Documento onde o autor comenta as Normas de Funcionamento do Conselho de Graduações e o Regulamento do Conselho Nacional de Graduações, enquanto propostas da FNK-P.
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A Emergência do Karaté Moderno (Séc. XIX e XX)
O autor aborda a nascitura do Karaté Moderno assente em três operações históricas principais: o enraizamento autocrático numa escola/estilo, a massificação e expansão do karaté e o espírito militarista da época (Guerra Chino-Japonesa; Guerra Russo-Japonesa e II Guerra Mundial).
Este ensaio de 16 páginas foi apresentado aos Treinadores de Karaté participantes na 1ª acção de formação da FNK-P em 1994 e foi posteriormente publicado na revista Cinturão Negro de Julho de 1995, e em duas línguas estrangeiras: Espanhol na Cinturon Negro e Francês na Budo International.
A versão existente não contém as fotografias publicadas nas revistas citadas.
A versão existente tem gráficos e notas não publicados na versão das revistas.
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O Âmago do Karaté
Em continuidade com o trabalho sobre a Emergência do Karaté Moderno, neste ensaio de 17 páginas o autor apresenta a sua interpretação do que tem sido o fio norteador que, ao longo da História do Karaté, tem levado os Karatécas a fazerem determinadas operações para aperfeiçoarem o seu Karaté. Assim, procura evidenciar o que tem sido o âmago do Karaté nos últimos tempos, de forma a se poder nortear de forma mais consciente o Karaté actual. Saliente-se ainda que aqui são colocadas pela primeira vez em Português traduções de partes do BUBISHI (tratado secular de fundamentação do Karaté).
Foi apresentado na 2ª Acção de Formação de Treinadores da FNK-P que decorreu em Novembro de 1994.
Não publicado.
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O Karaté Infantil
Neste trabalho de 32 páginas o autor apresenta as bases metodológicas em que assenta a sua visão do Karaté Infantil, explorando o desenvolvimento do sentido lúdico da criança. Foi apresentado na 2ª Acção de Formação de Treinadores da FNK-P que decorreu em Novembro de 1994.
Uma versão anterior foi publicada na revista Portuguesa Bushido.
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Bases Fisiológicas para o Treino da Criança
Neste pequeno ensaio de 3 páginas, o autor apresenta sumariamente a fundamentação fisiológica para o treino em geral, dando particular atenção ao treino aeróbio, treino anaeróbio e treino da força. Este documento foi apresentado na 2ª Acção de Formação de Treinadores da FNK-P que decorreu em Novembro de 1994.
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Os Exercícios no Karaté
Neste documento de 37 páginas o autor apresenta os fundamentos do treino do Karaté actual, assentando no sumário desenvolvimento dos elementos da Teoria e Metodologia do Treino (Princípios do Treino, Factores do Treino e Parâmetros de Esforço) e dos elementos Teóricos Tradicionais (Estádios do Treino - Shu, Ha, Ri -, Dimensões do Treino - Maai, Yomi e Yoshi -, e Áreas do Treino - Kihon, Kata, Bunkai e Kumite). Este trabalho foi apresentado aos Treinadores Inscritos na 1ª Acção de Formação da FNK-P em 3 e 4 de Julho de 1994.
Não publicado.
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O Controlo dos Impactos no Karaté Desportivo
A situação que o autor encontrou para este estudo de biomecânica encerra problemas comuns, quer a uma dinâmica competitiva (regra do controlo), quer ainda a uma dinâmica de transmissão de impactos. Tendo separado estes dois tipos de situação de execução de uma técnica de Karaté (OI-ZUKI), procurou analisar as posições que alguns pontos corporais dos executantes ocupariam numa e noutra, assim como algumas distâncias entre eles definíveis, e mesmo entre algumas medidas temporais. No instante de impacto, aplicando a técnica estatística de Wilcoxon, encontrou diferenças significativas entre a situação de Controlo e a situação de Impacto, em alguns parâmetros cinemáticos. Datando o estudo a 1989, a Edição Electrónica foi feita pela AKV em 1996.
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The Combat Sports in Physical Education
Resumo de uma linha de investigação do autor sobre a utilização educativa dos Desportos de Combate na disciplina de Educação Física escolar.
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Os Músculos e a sua Contracção
Breve trabalho de 4 páginas principalmente sobre a fisiologia muscular. Trabalho distribuído na 3ª Acção de Formação da FNK-P decorrida em 1996.
Não Publicado.

A Formação de Professores de Karaté - Bases para o Desenvolvimento de Currículos
Neste trabalho de 63 páginas o autor analisa a problemática da formação de professores de Karaté, lançando orientações informativas sobre o desenvolvimento de programas de formação dos agentes de ensino de Karaté em Portugal. Conclui que as novas concepções de Karaté e do seu ensino e treino têm enquadramento coerente com o novo paradigma em que o Desporto se situa epistemicamente e que tem levado à operância de perspectivas holísticas de desenvolvimento curricular. Realça que o enquadramento legal que se vai afigurando acutila a responsabilidade da formação de treinadores para novas necessidades, motivações e aspirações que se traduzirão em processos de desenvolvimento de novas competências para rentabilizar o novo processo de ensino e treino de Karaté. Elaborado em 1994.
Não Publicado.

A Formação Técnico-Pedagógica dos Agentes de Ensino de Karaté
Num sucinto documento de 8 páginas de 1994, o autor apresenta alguns pressupostos para o início da formação de Treinadores na FNK-P, programando as duas acções de formação de 1994. Este documento marca o início das actividades do Gabinete de Apoio à Formação da FNK-P onde se produziram até 95/96 as actividades de formação. Dali surgiram depois o Departamento de Formação, o Regulamento de Formação de Treinadores, os Curricula, a formação de Técnicos de arbitragem, etc.

Balanço das Actividades de 1994
Relatório elaborado pelo autor sobre as actividades do Gabinete de Apoio à Formação da FNK-P desenvolvidas até Fevereiro de 1995.

O Treinador de Karaté no Segundo Milénio
Num documento de 8 páginas, que serviu de base à comunicação feita no 7º Congresso Europeu de uma organização Internacional de Educação Física e Desporto, em Abril de 1996, o autor apresenta de forma sintética algumas ideias importantes para melhorar a formação de treinadores em geral e de Karaté em particular. Ficam como pontos em aberto para um fórum mais alargado sobre o tema, onde o autor destaca as Associações e Federações Desportivas, as Associações de Treinadores, e as instituições de Ensino Superior de Formação de Treinadores.
Não publicado.

... Mais surgirão



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